quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

O circo O menino A vida


Adoro esse texto!!


A moça do arame

equilibrando a sombrinha

era de uma beleza instantânea e fulgurante!

A moça do arame ia deslizando e despindo-se.

Lentamente.


Só para judiar.

E eu com os olhos cada vez mais arregalados

até parecendo dois pires.

Meu ti dizia:

"Bobo!

Não sabes

que elas sempre trazem uma roupa de malha

por baixo?)"

(Naqueles voluptuosos tempos não havia maiôs

nem biquínis...)

Sim! Mas toda a deliciante angústia dos meus

olhos virgens.

Segredeva-me.

Sempre:

"Quem sabe?..."

Eu tinha oito anos e sabia esperar.


Agora eu não sei esperar mais nada.

Desta nem da outra vida,

No entanto

o menino

(que não sei como insiste em não morrer em mim)

ainda e sempre

apesar de tudo

apesar de todas as desesperanças,

o menino

às vezes

segreda-me baixinho

"Titio, quem sabe?..."


Ah, meu Deus, essas crianças!
Mário Quintana

6 comentários:

Anônimo disse...

maravilhoso texto...!
amei..
alias não só o texto
como o blog tambem!:D
bjux

Antonio † disse...

Mario quintana...
fooooooooda ;)

flo

Anônimo disse...

Esperança que nos aparece sempre de um modo infantil e suavemente fraternal.

As veses nem eu entendo o que falo.

http://www.historias-de-banheiro.blogspot.com/

Lidiane Ferreira disse...

Oi Charlinho! Td blz?
Estou de blog novo... O blogspot é melhor que o spaces ^^
http://flordeli.blogspot.com
Beijosss
Deus te abençoe!!

Karla disse...

Massa, mesmo!
Adorei queando ele diz "segredava-me"... ^^

kisses

Thaynara disse...

Alguem de passa o resumo desse poema?
é urgente , pra hoje 06/04/11