terça-feira, 15 de abril de 2008

Doloroso Adeus


de Cícero Pedro de Assis
Mexendo nas minha coisas, encontrei alguns livros de cordel que eu havia comprado no inicio do ano na minha viagem a João Pessoa- Pb. Esse poema me chamou logo a atenção! Ele possui uma carga emocional muito forte, e mostra a triste realidade da seca no nordeste...

Adeus minha doce esposa!
Pedaço da minha vida!
Minha querida rainha!
Minha rosa preferida!
Reduto do meu amor
Logo mais farei partida!

Só vou embora daqui,
Porque não encontro ganho!
A nossa terra cansada
só tem pobreza e tamanho!
Chorarei muito por ti
Naquele lugar estranho.
Escrevo sempre pra ti
Preciso sempre saber
Meu amor como tu vais,
Pois não irei te esquecer.
Distante do teu carinho
Não sei como irei viver...

Deus me aponte um bom emprego,
Para que eu possa voltar
O mais depressa possível
A este velho lugar,
Para calar teu pranto
E também me consolar.

Se eu pudesse te levar,
Jamais iria sozinho,
Tristonho, desesperado,
Chorando sempre baixinho,
Reclamando pra mim mesmo
Do meu fadário mesquinho.
Adeus, meu amor, Adeus!
Adeus, que já vou partir!
Sinto enorme punhalada
Meu pobre peito ferir.
Não querendo te deixar,
É triste me despedir!

11 comentários:

Fashionista Butterfly disse...

Lindo!!!! Nunca fui muito fã desse tipo de poesia, confesso que na preguiça deixei de ler todos os livros com histórias sobre o nordeste.
Mas, esse poema é, realmente, muito lindo... ah, e confesso também que este ano quando minha professora me pediu para ler Vidas Secas, me arrependi de não ter lido antes, a história é muito linda!

Beijo

Anônimo disse...

[Modo Sarcástico ON]
Que texto lindo! Agora aproveita e passa lá no meu blog!
[Modo Sarcástico OFF]

Eu tive um professor que dizia que após se aposentar viraria escritor de cordel. Acho que vou imitá-lo: me aposento, aprendo a tocar viola e viro repentista... Empresta um dicionário de rimas?

Everaldo Ygor disse...

OLá...
Adoro Cordel, mas que bela e ilustrada lembrança, ou achado essa perola sua...
Belo, o som da partida, das andanças...
Abraços
Everaldo Ygor
Visite: "REFLEXOS"
http://outrasandancas.blogspot.com/

Pr. Cláudio Moreira disse...

Excelente recuperação histórica do patrimônio literário que representa o Cordel. Literatura genuinamente brasileira, que ganha um generoso espaço neste teu blog.

Parabéns!!

Anônimo disse...

Comecei a entender e a gostar de cordel no ano passado, tem algumas que nao gosto, mas essa gostei muito, a profundidade desses poemas é inacreditavel

Viviane disse...

Muito lindo o texto.

Passa lá no meu blog

*.*.*.*.*.*.*..*.*.*.*.*.*.*.*.*.*
http://vivianesobral.zip.net
*.*.*.*.*.*.*..*.*.*.*.*.*.*.*.*.*

Anônimo disse...

muito lindaa
mas muito triste
ameii
mto linda
ele se matou??

Felipe Bastos disse...

Lindo poema.

o último Adeus,sempre será o mais dolorido.

Fabio disse...

legal seu blog, parabens

Anônimo disse...

Nossa! Muito bom mesmo, como tu disse: tem uma enorme carga emocional. É triste o estado que o poema apresenta, mas é o real. Parabéns pela postagem!


htpp://tiago-castelo.blogspot.com

D'AUMON disse...

nossa, vim aqui na hora certa, acho lindo cultura sertão-nordestina!!!
é muito bonito apesar de triste...
cordel é o que há!
esse tá uma maravilha!

Abração!