Édson acordou com a sensação de que alguma coisa estava errada. O travesseiro mole demais, o cobertor áspero... Não tinha ainda aberto os olhos quando ouviu uma voz estranha a chamá-lo:
- Hora de levantar, Luís!
Que era hora de levantar-se, ele sabia. Mas... Luís era seu amigo de colégio, por que o estariam chamando pelo nome dele?
Sentou-se na cama e olhou ao redor, tentando ligar os pensamentos e descobrir o que estaria fazendo num quarto tão diferente do seu.
A mesma voz de antes chamou ao longe:
- Quer se levantar de uma vez, ô Luís?
De repente, entendeu. Era a ele que estavam chamando, porque achavam que ele era Luís. Aquele travesseiro molenga, o cobertor áspero, o quarto estranho, tudo pertencia a seu amigo. Estava na casa de Luís. Mas como fora parar ali?
O sono era tanto que Édson quase não conseguiu levantar-se para ir até o guarda-roupa. Sabia que havia um espelho na terceira porta do guarda-roupa, embora não entendesse como sabia daquilo, já que ele era Édson, e não Luís, o dono do quarto.
Olhou-se no espelho e viu-se vestido num pijama azul que nunca vira, os olhos sonolentos abertos com muito custo, os cabelos despenteados. Não podia ser verdade: aquele que olhava do outro lado do espelho não era Édson, era Luís.
Quase caiu sentado no chão, o coração disparado. O que estava acontecendo? Tinha certeza que se chamava Édson, dormira ontem em seu quarto, em casa, com o irmão e a mãe, como, então, acordara em uma casa estranha-com um rosto e um corpo estranhos?!
Conseguiu arrastar-se de volta à cama, deitou-se, cobriu-se. Aquilo era um sonho. Tinha de ser! Se dormisse, acordaria de verdade e seria ele mesmo de novo, Édson, em seu quarto, o irmão dormindo na cama ao lado, o travesseiro duro, o cobertor macio. Em sua casa. Aquilo tudo não passava de um sonho, um pesadelo.
Estava adormecendo, quando um novo pensamento, ainda mais estranho de que tudo o que acontecera, insinuou-se em sua mente.
E se fosse o contrário? E se ele fosse realmente Luís? E se toda a vida que conhecera com o nome de Édson é que fosse um sonho? Agora, ele estaria simplesmente acordando para a vida real. Lembrou-se de seu aspecto no espelho, de pijama azul, olhos semi-cerrados, cabelos desalinhados. Ele era Luís. Ou não?
O sono voltava uma onda quente cobrindo seus pensamentos. Precisava dormir... Dormir... Dormir. E adormeceu sem saber se, quando acordasse, seria Luís ou seria Édson.
- Hora de levantar, Luís!
Que era hora de levantar-se, ele sabia. Mas... Luís era seu amigo de colégio, por que o estariam chamando pelo nome dele?
Sentou-se na cama e olhou ao redor, tentando ligar os pensamentos e descobrir o que estaria fazendo num quarto tão diferente do seu.
A mesma voz de antes chamou ao longe:
- Quer se levantar de uma vez, ô Luís?
De repente, entendeu. Era a ele que estavam chamando, porque achavam que ele era Luís. Aquele travesseiro molenga, o cobertor áspero, o quarto estranho, tudo pertencia a seu amigo. Estava na casa de Luís. Mas como fora parar ali?
O sono era tanto que Édson quase não conseguiu levantar-se para ir até o guarda-roupa. Sabia que havia um espelho na terceira porta do guarda-roupa, embora não entendesse como sabia daquilo, já que ele era Édson, e não Luís, o dono do quarto.
Olhou-se no espelho e viu-se vestido num pijama azul que nunca vira, os olhos sonolentos abertos com muito custo, os cabelos despenteados. Não podia ser verdade: aquele que olhava do outro lado do espelho não era Édson, era Luís.
Quase caiu sentado no chão, o coração disparado. O que estava acontecendo? Tinha certeza que se chamava Édson, dormira ontem em seu quarto, em casa, com o irmão e a mãe, como, então, acordara em uma casa estranha-com um rosto e um corpo estranhos?!
Conseguiu arrastar-se de volta à cama, deitou-se, cobriu-se. Aquilo era um sonho. Tinha de ser! Se dormisse, acordaria de verdade e seria ele mesmo de novo, Édson, em seu quarto, o irmão dormindo na cama ao lado, o travesseiro duro, o cobertor macio. Em sua casa. Aquilo tudo não passava de um sonho, um pesadelo.
Estava adormecendo, quando um novo pensamento, ainda mais estranho de que tudo o que acontecera, insinuou-se em sua mente.
E se fosse o contrário? E se ele fosse realmente Luís? E se toda a vida que conhecera com o nome de Édson é que fosse um sonho? Agora, ele estaria simplesmente acordando para a vida real. Lembrou-se de seu aspecto no espelho, de pijama azul, olhos semi-cerrados, cabelos desalinhados. Ele era Luís. Ou não?
O sono voltava uma onda quente cobrindo seus pensamentos. Precisava dormir... Dormir... Dormir. E adormeceu sem saber se, quando acordasse, seria Luís ou seria Édson.
12 comentários:
Olá...
São esses os devaneios dos sonhos, dos varios "eus" que habitam nossos porões dentro de nós, momento surreal para a escrita... Que ao acordar, são alimentos para a criação de contos como o seu...
Abraços
Everaldo Ygor
http://outrasandancas.blogspot.com/
Jesus!
Que texto foi esse, meu?
Parabéns. Acho que é a única coisa que tenho a dizer.
Porque, qualquer coisa que eu escrever, ainda que com elogios superlativos, será pouco.
Nossa eu sempre tenho o que comentar, mas dessa fiquei sem palavras, belo texto, cheio de devaneios interessantes e complexos, olha que eu entro sempre aqui faz pouco tempo, mas esse ficou sensacional
Olaaa...
Pra ser sincero n intendi muito o texto, mais admito que esta muito bem escritoo e caprichado aii..
Então, pq vc sempre se ferra nas promoções?
Pode confiar, participa la.. vai ser um prazer termos voce participando da promoção..
Obrigado ate Mais
que texto legal!!!o blog tambem é bem legal!!!
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Obrigado. Bom tentar não custa nada. Se quiser participar da promoção é só entrar na comunidade nossa e fazer seu cadastro:
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Eu juro que quando li o título "Eu ou ele" pensei que ia me deparar com um dilema do tipo "essa casa não é grande o suficiente para nós dois" *momento velho oeste*
Eu nunca acordei pensando que fosse outra pessoa. Acho que seria legal. Ou não? *indeciso*
Tá.. tudo bem que o texto é legal, mas daí a chamar você de Jesus - como o cara do segundo comentário -, é exagero, não?
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olá..realmente uma intrigante amarração de palavras, com cautela, cuidados e expressão....
muito bom....fiquei curioso rsrsrs
parabéns
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vlw
uhumm intrigante ..
o que haveria acontecido?
voltarei...
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Gostei muito desse conto, tendo num acontecimento cotidiano uma pergunta tão chave e existencial, como essa: - eu, ou o outro!
Meus cumprimentos, abraços,
Leonardo Valente
www.lioh.arteblog.com.br
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